4/27/2007

Apareçam por lá.


4/26/2007

Manifesto 25 Abril 2007

Estes trinta e três anos sobre o 25 de Abril são o aniversario da maturidade na nossa democracia.



Abril foi a porta a democracia. Uma democracia que se pretende participativa e participada. Uma democracia nascida de Abril que tem no poder local um dos seus alicerces mais fortes.


Aqui no Barreiro, o 25 de Abril é também um Abril dos afectos. É o Abril dos abraços e do reencontro. Dos abraços aos familiares, aos amigos, aos companheiros e aos vizinhos. É o reencontro do povo do Barreiro consigo mesmo.

Abril é o reencontro do Barreiro das suas gentes com a sua própria liberdade.

Celebrar Abril é celebrar este afecto, este abraço e este reencontro.

Celebrar Abril é celebrar o Barreiro, celebrando a cidade e o seu povo.


Celebrar Abril no Barreiro é também, como não podia deixar de ser celebrar o movimento associativo. O movimento associativo como um todo, nas suas vertentes recreativas, sócio-culturais, juvenis e desportivas. Este movimento associativo feito de homens e mulheres que generosamente lutaram em Invernos de repressão para que Abril trouxesse a Primavera da liberdade.


Abril no Barreiro, também foi e também é, a celebração da participação.

Foi com Abril, que espontaneamente as populações se organizaram e se mobilizaram para actuar sobre a sua cidade, sobre o seu bairro, sobre a sua rua. Foi com o 25 de Abril que espontaneamente foram criadas comissões de trabalhadores, comissões de bairro, comissões de moradores, comissões de utentes, comissões essas que actuaram e actuam modificando a realidade local.

Este Abril da participação ê um Abril que o Barreiro reclama como seu, porque o Barreiro tem na participação uma grande bandeira de democracia.

Aqui nesta cidade de Abril, a diversidade de opiniões sempre enriqueceu o debate. Nunca as diferenças foram motivo de exclusão. Temos orgulho numa história de participação que hoje, todos os dias, construímos. Somos e seremos uma cidade de participação.


Abril é presente e sobretudo futuro. Abril não é passado.

Abril são as lutas que se fazem diariamente.


Abril são as lutas de hoje por um emprego com direitos. Por uma saúde e educação para todos e tendencialmente gratuita. Por uma integração digna das minorias. Pela cultura ao serviço das populações.


Abril são lutas de hoje e de amanhã por uma economia sustentada que permita um equilíbrio entre as condições de vida das populações e o meio ambiente. Pela água limpa e pública. Pelo ar respirável. Pelos rios descontaminados. Por uma indústria que crie desenvolvimento. Por uma conjuntura internacional de paz e amizade entre os povos. Pela qualidade de vida nesta cidade que é nossa e no mundo para lâ dela.


Abril é a construção de uma sociedade mais livre, mais igualitária e mais fraterna.


Abril é esta porta aberta que nos indica o caminho.

O Futuro é aqui e agora.

É neste Barreiro participativo, democrático e solidário que se cumpre Abril enquanto linha de partida.


Viva o povo do Barreiro


Viva o 25 de Abril!


Viva a Liberdade!



As organizações subscritoras
Associação Cultural de Surdos do Barreiro
Associação de Acção de Reformados do Barreiro
Associação de Proprietários e Moradores da Quinta da Areia
Associação Portuguesa de Deficientes Delegação — de Setúbal
Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos de Santo André
Associação Unitária de Reformados, Pensionistas e Idosos do Lavradio
Banda Municipal do Barreiro
Bombeiros Voluntários Sul e Sueste
Câmara Municipal do Barreiro
Camerata Musical do Barreiro
Centro Cultural Recreativo Juventude do Lavradio
Cineclube do Barreiro
Clube Dramático Instrução e Recreio 31 de Janeiro “Os Celtas"
Clube TT do Barreiro
Comissão de Trabalhadores da Amoníaco Portugal
Comissão de Trabalhadores de Fisipe
Comissão de Utentes da Linha do Sado
Comissão de Utentes de Transportes
Comissão de Utentes do Terminal Rodo-Ferro-Fluvial
Comissão Sindical da Amoníaco Portugal
Comissão Sindical da Tanquipor
Comissão Sindical do Sinquifa-Fisipe
Comissão Sindical do STAL do Barreiro
Cooperativa Cultural Popular Barreirense
Coro Polifónico do Alto do Seixalinho
Direcção Regional do Barreiro do Sindicato
Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário
Fidal b i ke
Futebol Clube Barreirense
Futebol Clube Beira Mar
Futebol Clube Silveirense
Galitos Futebol Clube
Grupo Chinquilho Moderno 1° Janeiro Barreirense
Grupo Coral Amigos do Barreiro
Grupo Desportivo 1° de Maio
Grupo Desportivo e Cultural dos Casquilhos
Grupo Desportivo e Cultural Estrela Negra
Grupo Desportivo e Recreativo da Verderena
Grupo Desportivo e Recreativo Os Pantufas
Grupo Desportivo Fabril do Barreiro
Grupo Desportivo Independente
Grupo Desportivo Quinta da Lomba
Grupo Recreativo e Desportivo de Palhais
Junta de Freguesia da Verderena
Junta de Freguesia de Palhais
Junta de Freguesia de Santo André
Junta de Freguesia de Santo António
Junta de Freguesia do Alto do Seixalinho
Junta de Freguesia do Barreiro
Junta de Freguesia do Lavradio
Luso Futebol Clube
Motoclube do Barreiro
Movimento Democrático de Mulheres
Pluricoop — Cooperativa de Consumidores (Delegação Lavradio)
Rancho Folclórico de Danças e Cantares da Região do Barreiro
Recreativo da Quinta da Lomba
Sindicato da Função Pública
Sociedade Cultura e Recreio 10 de Agosto “O Paivense”
Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense (Pe n i cheiros)
Sociedade Filarmónica Agrícola Lavradiense
Sociedade Filarmónica União Agrícola 1º de Dezembro
Sub-Comissão de Trabalhadores da Amoníaco Portugal
Sub-Comissão de Trabalhadores da CP
Sub-Comissão de Trabalhadores da EMEF
Tao chi Associação Filosófica e Cultural
União Desportiva de Vila Chá


e tambem subscrito humildemente aqui pelo Sostrova!

4/24/2007

Johua Bell no metro


Numa experiência inédita, um dos mais famosos violinistas do mundo tocou incógnito durante quase uma hora numa estação de Metro de Washington, despertando pouca ou nenhuma atenção.


Nesta iniciativa do jornal Washington Post, o violinista Joshua Bell, com o seu Stradivarius de 1713 avaliado em 3,5 milhões de dólares, tocou durante 45 minutos na estação L'Enfant Plaza no centro de Washington entre as 7h15 e as 8h00.

Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall em Boston, onde os melhores lugares custam cerca de cem dólares, mas na estação de Metro foi praticamente ignorado pela esmagadora maioria das 1097 pessoas que passaram à sua frente durante esse período de tempo.

A excepção foram as crianças, que, inevitavelmente, e perante a oposição do pai ou da mãe, queriam parar para escutar Bell, algo que, diz o jornal, pode indicar que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós.

"Foi uma sensação muito estranha aperceber-me de que as pessoas me estavam a ignorar", disse Bell, habituado aos aplausos dos amantes da música.

"Num concerto eu fico irritado se alguém tosse ou se um telemóvel toca. Mas na estação de Metro as minhas expectativas rapidamente diminuíram. Comecei a ficar agradecido pelo mínimo dos reconhecimentos, mesmo um simples olhar. E fiquei muito agradecido quando alguém punha um dólar na caixa e não apenas alguns trocos", acrescentou Bell.

Para o violinista, o pior foi quando acabou de tocar uma peça e "nada aconteceu".

"As pessoas, que não notaram que eu estava a tocar, também não notaram que eu tinha acabado", disse Bell, que, como prodígio do violino, está habituado desde muito jovem a enormes aplausos.

Terça-feira, em Nova Iorque, Joshua Bell vai receber o prémio de melhor músico clássico dos Estados Unidos.

4/23/2007

Os "tomates" das mulheres do Couço


Até 1962, a repressão fascista em Portugal, submeteu à tortura sobretudo homens.

A partir de 1962, a PIDE passou a torturar sistematicamente todos os presos fossem homens ou mulheres.

Em Abril, há precisamente 45 anos, confrontados com a firmeza na luta das camponesas da aldeia do Couço, e incapazes de estrairem qualquer tipo de informações a estas mulheres, os PIDEs inaugoraram um novo patamar na tortura em Portugal.

Que os nomes dessas mulheres sejam lembrados, porque para "ter tomates" não é preciso ter nascido homem.


Maria Galveias operária agrícola do Couço, raptada pela PIDE em Abril de1962, 11dias de tortura do sono ininterruptos, com estátua e espancamentos.


Madalena Henriques, (na fotografia) operária agrícota do Couço, raptada pela PIDE em Abril de 1962, sessenta e seis horas de pé sem dormir, espancamentos vários que culminaram com lesões permanentes na face.


Maria da Conceição Figueiredo, raptada pela PIDE em Abril de1962, operaria agrícola do Couço e militante do PCP. Espancada e sujeira a quinhentas e sessenta horas de tortura do sono.


Custódia Chibante, operária agrícola do Couço, raptada pela PIDE em Abril de1962. Espancada consecutivamente com bastões durante duas semanas antes de ser internada no hospital de Caxias incapaz de andar e de comer


Olímpia Brás, operária agrícola do Couço e militante do PCP, raptada pela PIDE em Abril de1962. Espancada durante uma semana por vinte agentes, submetida à tortura da estátua, à tortura do sono e humilhação sexual (obrigada a despir-se e espancada nos seios com cassetete.)



Na Galeria Municipal do Barreiro está patente uma exposição de fotografias sobre a Reforma Agrária no Couço. Vale a a pena passar por lá, mais que não seja para olhar os rostos dos homens e mulheres do Couço.



4/19/2007

visita recomendada



Uma sandes de atum, mas das boas!

Ah!

A minh'alma 'tá parva! Não é que, no caminho para esta bela localidade caramela que é o Pinhal Novo, ouço na TSF na rubrica "Evasões", a senhora a aconselhar um passeio de fim-de-semana até ao Barreiro...

E eu a pensar que o resto do país não sabia que se comem bons petiscos no Jaquim C.... .

Ouçam o programa na TSF. É só ir à página e pesquisar por "Evasões".

4/17/2007

Da Guerra Fria até às eleições na Nigéria -- O percurso da interferência


Com o desmoronar do império colonial português, a partir de 1974, aquilo que África do Sul considerava a sua “cintura de segurança” deixa de existir.


Angola e Moçambique deixam de ser escudos protectores, bem como fornecedores de mão-de-obra barata e de recursos naturais para Pretória; o movimento de libertação da Namíbia – Swapo – e a resistência negra na Rodésia colonial tornam-se mais fortes, enquanto um movimento simultâneo exterior e interior questiona o regime de apartheid na própria África do Sul.


Os soviéticos, apoiam a luta politica dos povos na Somália e na Etiópia. Com um regime marxista já estabelecido no Iémene, na outra margem do Estreito do Bab el Mandeb, são construidas com o apoio dos russos amplas bases aéreas e navais em Massua, na Etiópia, e na Ilha de Dhalak, no Mar Vermelho, colocando a estratégica região do Chifre da África fora do controle dos Estados Unidos.


Pela primeira vez desde sua criação, no século XIX, o Canal de Suez deixou de estar sob a alçada daquilo que se chama as “potencias ocidentais”, o acesso ao Oceano Índico e o Golfo Pérsico ficou assim acessível ao mundo socialista.


Aos poucos, a Guerra Fria, em sua última fase – a chamada Segunda Guerra Fria, a partir de 1979 –, instala-se no coração da África. Os Estados Unidos, até então pouco envolvidos nos negócios africanos – dado o seu esforço de guerra ter estado até aí localizado no Vietname – decidem atacar indirectamente o continente africano, procurando bloquear a crescente viragem à esquerda do continente.


Através da CIA e do exército da África do Sul, os norte-americanos, apoiam os movimentos mais reaccionários do continente, como a Unita, em Angola, Charles Taylor, na Serra Leoa, inúmeros grupos terroristas no Zaire e em Moçambique, além, é claro, do racista National Party, em Pretória.


No final dos anos 70, África tende a transformar-se num continente socialista. Pelo menos é essa a vontade dos povos. O movimento comunista internacional tem forte pontos de apoio na Líbia, na Etiópia, por algum tempo na Somália, na Guiné, no Congo/Brazzaville, em Angola e Moçambique. Para além destes países claramente socialistas, há uma grande simpatia em países da chamada “linha de frente” da luta contra ao apartheid, como a Zâmbia e a Tanzânia.


Entretanto, a partir de 1985, com a crise geral do sistema soviético, os Estados Unidos e a África do Sul movem as suas peças no tabuleiro africano, é então o colapso de vários regimes pró-soviéticos, sendo a Etiópia o melhor exemplo. O vazio estratégico criado pela retirada dos soviéticos e cubanos e a força das intervenções assumidas e dissimuladas do imperialismo americano cria movimentos profundamente reaccionarismos em oposição ao socialismo. Foi a porta que se abriu para o fundamentalismo islâmico na África oriental.


Em alguns países, como a Etiópia e a Somália, abrem-se períodos de crise, instabilidade e guerra civil, culminando no caso da Etiópia, na secessão da Eritréia.

No caso da Somália, bem mais complexo e dramático, chega-se ao completo colapso das estruturas estatais existentes, com a pulverização do Estado-Nação e a hegemonia de “senhores da guerra” locais, muitas vezes apoiados por organizações terroristas, como a Al Qaeda e o Ansar-El-Islam.


Já em outros países, como em Angola e Moçambique, a desaparição do clima de guerra fria Ocidente/Oriente acaba por abrir caminho, não sem muita dor e destruição, a processos de paz, de frágil densidade.


Na África do Sul, por sua vez, a legalização dos partidos de resistência, como o Congresso Nacional Africano (Coligação de partidos de esquerda da qual faz parte o Partido Comunista da Africa do Sul), em par ao lado da intensidade da resistência local e da condenação externa, acaba por levar fazer ruir o sistema da segregação racial. A partir de 1990, temos a legalização do CNA, o fim do apartheid em 1991 e só depois a eleição de Nelson Mandela em 1994.


Mas outros países não tiveram a mesma sorte: o desmoronar das ditaduras que eram sustentadas pelo Ocidente, como no Congo/Kinshasa, no Ruanda, na Libéria, entre outros, acaba por gerar uma grande instabilidade política, gerando um estado contínuo de guerra, perpassados por genocídios brutais, como em Ruanda em 1992 e 1994.

Paralelamente com a expansão das guerras locais e dos genocídios, a fome reaparece em vastas regiões avassaladas por tragédias climáticas, como no Niger ou no Sudão. Mais fome provocada pela guerra permanente, como na Etiópia e na Somália.

No sul da África, bem como na África Oriental, as epidemias de turberculose e sida atingem parcelas assustadoramente amplas da população local, enquanto na África Equatorial a malária, o dengue e o vírus Ebola são as razões das elevadas taxas de mortalidade.


No pós-Guerra Fria abriu-se um novo ciclo de expansão dos interesses ocidentais na região, em especial uma nova expansão anglo-americana, tendo como países-pivô na África Oriental e Austral o Uganda, pós-Idi Amim, e a nova África do Sul.

Esta ofensiva anglo-americana, dirige-se para a dominação do Congo/Kinsahasa, com suas riquezas minerais, e tem vindo a conseguir a eliminação da hegemonia francesa local. Cabinda, com suas riquezas petrolíferas, é um alvo secundário, porém bastante importante. Ainda na Africa Ocidental, a Nigéria é um território onde os norte americanos não querem perder o poder.


Na Africa Oriental, o Zimbabué é tambem um objectivo a controlar.


Por estes dias estão a decorrer eleições na Nigéria. Eleições denunciadas por todos como falsificadas e baseadas no método do leva-porrada-e-vai-votar. Fala-se em 200 mortos. Os diplomatas norte-americanos dizem que são eleições livres.


Os telejornais internacionais mostram os 30 estudantes do tiroteio na universidade da Virginia. Só se fala no tiroteio. Nas familias, no primo, no piriquito, no cão e no canário das vítimas. Os mais sérios, falam na lei que permite a um puto de dezoito anos, nos estados unidos comprar metralhadoras no super-mercado com cartão de crédito. O Bush vem dizer que tem pena.


África não existe.


Quando as televisões internacionais, entre as 2 e as 4 da manhã, falam de África é para lembrarem nos “heróicos” opositores ao Mugabe.



Hoje de manhã, um adido de imprensa da embaixada norte-americana (o que quer dizer um agente da CIA) em Lagos na Nigéria, deu uma entrevista pelo telefone para a RDP África. Dizia que estava tudo a correr na normalidade e que o processo eleitoral estava a correr limpo porque ainda não tinham entrado queixas em tribunal....

O mundo pode dormir outra vez descansado. Se a CIA diz que na Nigéria as eleições são livres, é porque a democracia continua a avançar em África.

4/11/2007

O país em suspenso

Parem o mundo.
Ainda hoje havemos de saber se o Benfica ganha aos espanholes e se socrates é engenheiro.
Amanhã Portugal será certamente diferente!

4/09/2007

Historia Trágico Marítima

Em pleno século XVII, frei Manuel de Sá, naquela que foi talvez a mais importante obra colectiva escrita em português. Advertia:

(...)”anarquia na organização, impreparação dos pilotos, às deficiências na construção das naus, ao excesso de carga no regresso. As circunstancias que motivaram a ruína do império, tinham origem em condicionalismos e vicissitudes ancestrais: nos descarados e repetidos actos de corrupção, nos interesses inconfessáveis, no improviso, num sistema de educação e ensino obsoletos, na implacável dependência da inquisição, no desperdiçar de energias, nas roturas e desvios na continuidade de um plano nacional de acção politica”(...)


Desde o século XVII até hoje, muita coisa mudou... mas muita coisa continua exactamente na mesma.


4/05/2007

Ora sigam lá este link...

Grupo Excurcionista

4/04/2007

Quem é o Mugabe e porque é que todos os dias ouvimos falar nele?


Vamos à história:


A Rodésia foi um Território Britânico localizado no centro da África, formalmente administrado pela Companhia Britânica da África do Sul.
Em 1924, foi dividido em dois territórios:
Rodésia do Norte e Rodésia do Sul.
Em 1953,
as duas Rodésias fundem-se com a colónia britânica de Niassalândia (atual Malauwi) e formam a Federação de Rodésia e Niassalândia, sob tutela britânica, também chamada de Federação da África Central.
A capital da Rodésia foi a cidade de Salisburia (Salisbury) no sul, hoje, Harare capital da República do Zimbábue.

A Federação dissolve-se em 31/12/1963, quando a Rodésia do Norte e Niassalândia se tornaram independentes, no ano seguinte, com os nomes da Zambia e do Malauwi, respectivamente. A Inglaterra e a África do Sul, opõem-se então, determinantemente, à independência da Rodésia do Sul. Este é um território demasiado valioso. Tem um potencial agrícola demasiado elevado para os ingleses e sul-africanos abrirem mão dele.

Na Ex-Rodésia do Norte, a Zambia, a coisa vai-se estabelizando com Kenneth Kaunda.

No sul, em 1961, Ian Smith, contrário à participação da população negra no poder, fundou a Frente da Rodésia. Servindo os interesses da Africa do sul, Ian Smith, o teorico do Aparthaid ascendeu ao cargo de ministro das Finanças, passando a chefe de Governo e ministro da Defesa nesse mesmo ano. Em 1965, com o apoio tacito dos americanos e o apoio efectivo dos ingleses e sulafricanos, Ian Smith proclamou unilateralmente a independência da Rodésia.
Em 1978, com a pressão da comunidade internacional e já sem o apoio dos americanos ( porque aos olhos dos gringos nesta altura a Africa Austral estava definitivamente perdida para moscovo), e
ste senhor Ian Smith,viu-se forçado a aceitar a entrada de membros negros no Governo. Um ano mais tarde, em 1979, cedeu seu cargo ao líder da oposição dita moderada, Abel T. Muzorewa (chefe de Governo entre maio e dezembro de 1979).

Em 1980, entra em cena Robert Mugabe.

Tambem na Rodésia do Sul, nasceu Robert Mugabe, que pertencente à etnia shona, filho de um fazendeiro local, foi educado numa escola de jesuitas. Foi professor primário na antiga Rodésia, Zambia e Gana. Licenciou-se em ingles e historia na Africa do Sul e obteve a licenciatura de economia na universidade de Oxford.
Mugabe participou no movimento ZAPU
(Zimbabwe African People Union), mais tarde funda o ZANU (Zimbabwe African National Union- União Nacional Africana do Zimbábue ). É preso em 1964 devido às suas actividades politicas sendo libertado em 1975, altura em que parte para Moçambique onde lidera a luta contra o Governo racista de Ian Smith.
Após meses de negociações com os Ingleses,
Mugabe voltou para a ex-Rodésia e foi calorosamente recebido pela maioria negra. Torna-se primeiro-ministro da ex-Rodésia em 1980 ao vencer eleições. Em Abril desse ano é declarada a independencia do país que passou a ser designado por Zimbabué

Robert Mugabe foi eleito presidente em 1984, 1990, 1996 e 2002 em eleições democráticas. Robet Mugabe tem conduzido o seu governo no sentido de concretizar em pleno os seus objectivos de Reforma Agrária. Actualmente, estima-se que Zimbabwe seja o país com a menor taxa de divisão de terrenos agricolas. Os proprietários rurais são menos de 0,5% do total da população e detêm mais de 90% do território.


Nestes anos dos seus mandato, Mugabe, um assumido marxista
, deu seguimento a um conjunto de politicas de carácter socializante, nacionalizando várias industrias ao mesmo tempo que expropriava algumas das maiores fazendas dos seus proprietários originais coletivizando. Seguiram os seus planos de tributação fiscal sobre o capital e de controlo de preços aumentando assim o papel do estado sobre os diversos sectores da economia.

Robet Mugabe, já anunciou a sua intenção de se recandidatar às eleições que estão previstas para o ano de 2008.

Na era da informação globalizada, a comunicação social do mundo faz campanha contra Mugabe.

A minoria de fazendeiros detentores de terras, que têm fortes ligações à Inglaterra estão descontentes com Mugabe e querem de novo o poder. A grande potencia em termos de comunicação social em Africa que continua a ser a BBC. A BBC tem vindo a fazer uma campanha contra Mugabe ao serviço do MDC (Moviment for Democratic Change), movimento financiado pelos grandes fazendeiros que querem manter a sua posição economica privilegiada no Zimbabué.

Pela presença continua do Zimbabué nos noticiarios globais e globalizantes, percebemos que a comunicação social internacional pretende mobilizar o mundo contra Mugabe.
Será que a chamada comunidade internacional está a pensar numa intrevenção no Zimbabué para impor uma democracia como aquela que foi imposta ao Iraque?
Ou serão só os ingleses a querer proteger a horta que herdaram das colonias?

Sobre a popularidade do salazar

O Salazar ganhou na televisão porque o medo do papão foi mais forte.

Durante as décadas em que durou o estado novo, a ditadura assumiu um uma atitude profundamente anti-comunista. Com a instabilidade provocada pelo golpe de estado dos militares em Abril, e porque o PCP era o único partido politico com organização de bases em 74, Portugal este próximo de se tornar num estado socialista.

Em 1975, sete anos após a morte do Salazar, as armas dos socialistas, dos sociais democratas, dos democratas cristãos apontavam e disparavam contra o Partido Comunista. Mesmo da esquerda (ou talvez especialmente da esquerda) chegavam ataques violentos daqueles que se assumiam como maoistas ou trotskistas. Os partidos da direita e centro direita (CDS, PSD e PS) difundiram fortes campanhas de propaganda anti-comunista. A ditadura tinha acabado há menos de um ano e todos os ataques das forças ditas democráticas eram contra o PCP e contra o seu líder histórico Álvaro Cunhal.

Mesmo alguns daqueles que foram como o Álvaro Cunhal vitimas das injustiças do fascismo de Salazar, em 75, achavam que o perigo para Portugal era o PC e não a direita conservadora. Falo por exemplo do próprio Mário Soares que para combater “os vermelhos” se aliou à direita e impediu o julgamento dos pides...

Em relação ao PCP os mecanismos de propaganda do PSD do PS e do CDS difundiram mentiras massificando estas como verdades. Esta propaganda massiva depois de 48 anos de desinformação e censura contra tudo quanto fosse comunicação vinda ou sobre o mundo de leste, lavrou em Portugal de 75 como fogo num palheiro.

Foi nesta altura, que por exemplo, o povo do Minho, que durante as décadas da ditadura sobreviveu à fome com imigração, entre lameiros e igrejas sem saber ler nem escrever, pois foi em 75 que essas pessoas vitimas da manipulação do clero atacaram e queimaram as sedes do PCP e assassinaram mesmo alguns militantes.

Foi em 74,75 e 76 que nas Beira-baixa e no Algarve, o PS e o PSD mobilizavam os agricultores no sentido de impedirem o “avanço vermelho”. A “reforma agrária” que pretendeu reorganizar em unidades de produção modernas, áreas de latifúndio subaproveitadas e improdutivos, tomou vestes de demónio, e os pequenos agricultores das beiras e do Algarve (em 74 na sua maioria analfabetos) foram usados como arma de arremesso contra os comunistas. Hoje depois de 30 anos e dos milhões investidos pela comunidade europeia, chega-se à conclusão que se queremos ter agricultura temos de reformar toda a organização do espaço rural....

No inicio dos anos 70 os portugueses medianos, nunca tinham votado, não sabiam o que era um parlamento e não conheciam comunicação social sem censura. Como divertimento havia a taberna, as cartas, o futebol jogado na rádio e a prostituição. Fora de Lisboa, as mulheres não usavam calças nem fumavam. Os livros eram poucos e sempre dos mesmos autores. Os discos eram fado ou nacional cançonetismo.

Quando o 25 de Abril traz a liberdade, as pessoas embriagaram-se de consumo. Queriam coca-cola (que até 74 era proibida) e filmes eróticos. Em 74 o português médio, a que vamos chamar de Manel ambicionava ter um mini azul escuro, uma amante loura e um frigorífico cheio de cerveja. Quando o Manel se vê confrontado com todas aquelas máquinas de propaganda politica fica completamente confundido.

Em todo os lado aparecem os “democratas” a falarem em sonhos de Europa e a atacarem os comunistas. Dizem que os comunistas vão matar os velhos e meter as crianças todas em orfanatos. Que os comunistas roubam as terras. O Manel tem uns pinhais na aldeia. O Manel já sabe o que é a Europa porque tem um primo emigrado em França... Dos comunistas não quer nem ouvir falar. Quando pensa nos comunas vê imagem dos barbudos de cuba e dos maus dos filmes americanos... O Manel não tem dificuldade em escolher.

Mais tarde.

Os partidos democratas estão no poder há trinta anos.

O Manel, teve o seu mini, a sua amante loura e problemas no fígado. De França já voltou o primo e construiu uma vivenda forrada de azulejos que é a maior da aldeia. O Manel continua a não saber nada de politica. Nem lhe interessa, com uma liga tão animada como a nossa quem é que vai ligar a politica...

Na televisão perguntam ao Manel quem é que ele prefere, o Salazar ou o Álvaro Cunhal.

O Manel sabe quem foi o Salazar, lembra-se de aprender na escola.... Do Álvaro Cunhal o Manel também se lembra... É o comunista. Aquele que queria matar os velhos e meter os putos todos no orfanato. Aquele que lhe queria tirar os pinhais (entretanto vendidos e convertidos num na entrada para o Ford Fiesta)... Entre o velhote da escola primária e o comunista o Manel não tem duvidas. O Manel escolheu o Ford Fiesta.