Gritos mudos

Não. Não venho falar nos Xutos.

Às vezes o silêncio pode ser tão ensurdecedor como o mais forte dos gritos.
Quando a comunicação social cala o que está a acontecer no médio oriente é como se gritasse o seu apoio às agressões de Israel.

O mote foi dado pelo Bush quando disse que o governo do Hamas é um governo terrorista. A união europeia, calou e baixou as orelhas à infâmia do gringo. Israel percebeu a mensagem e abriu mais um ciclo de terror.

Os aviões de Israel, bombardearam populações civis como já é seu habito. Os serviços secretos fabricaram atentados contra as autoridades democraticamente eleitas. O exército avançou abrindo caminho com os bulldozers deixando atrás uma faixa de destruição.

Os gabinetes dos principais ministérios palestinianos foram destruídos. Ministros, parlamentares e altos signatários da autoridade palestiniana foram encarcerados. A electricidade na faixa de Gaza foi cortada. As estações de tratamento de foram paralisadas e a agua potável deixou de circular nas torneiras de Gaza. As escolas, os hospitais e todos os outros organismos públicos deixaram de funcionar.

A ordem primeiro-ministro judeu, Ehud Olmert, foi directa: "Que ninguém durma em Gaza".
Sob este desígnio todas as noites bombardeiros israelitas despejam ferro e morte sobre os campos e as aldeias.

O pretexto desta barbárie: a captura pela resistência palestina do cabo do exército israelita Gilad Shalit.
Captura, não sequestro.
Captura em combate, uma vez que Shalit é membro de um exército invasor e foi capturado em combate pelos seus inimigos.

Perante isto, Tel Aviv negou-se a negociar com os seus captores um intercâmbio de prisioneiros políticos ? há umas 900 crianças e adolescentes palestinos presos em Israel, e mais de 5000 adultos, todos qualificados como terroristas.

Quando o presidente iraniano exortou a "apagar Israel do mapa" o mundo foi comovido por uma onda de indignação. Mas quando o governo de Israel leva à prática essa ameaça e apaga literalmente do mapa a Palestina, os líderes e a comunicação social das "nações democráticas" guardam um repugnante silêncio.