7/10/2007

PARABÉNS AO LAVRADIO

Neste ano de 2007 em que se assinala o centenário da CUF no barreiro, foi encerrada a AP -- Amoníaco de Portugal porque enviava para o ar três vezes mais amoníaco do que aquilo que é permitido por lei.

Foi preciso que um grupo de cidadãos começar a mexer-se e fizessem um abaixo assinado a dizer que já chega de encher os pulmões de amoníaco para que os senhores do ministério do ambiente viessem levantar uma palha e fizessem as medições. Depois de medidos os valores, nada mais a fazer... a AP teve encerrar a produção até que possa provar que já consegue fazer amoníaco sem despejar os restos no ar do Lavradio. Ganha assim a população e o ambiente. Admito que os accionistas da AP, possam obter menos lucros.


O presidente da Junta de Freguesia do Lavradio, um independente eleito pela CDU, Adolfo Lopo, manteve-se ao lado da população como é o seu dever. À comunicação social, esclareceu que o que aconteceu com esta fábrica foi uma avaria num dos sistemas de filtragem do ar que a direcção da AP decidiu reparar, da pior maneira, enviando para a atmosfera os gazes não filtrados.

Poupam-se mais uns cobres aos donos da fábrica AP e os trabalhadores e as populações que se lixem...
No Barreiro esta tradição tem 100 anos.
Desde que o Alfredo da Silva decidiu trazer para o Barreiro as suas fábricas, que o lucro dos accionistas sempre esteve á frente do bem estar das populações e dos trabalhadores.
Antes da CUF uma parte significativa da população vivia da pesca, o capitalismo selvagem industrial à boa maneira do Alfredo da Silva arrasou por completo os ecossistemas ribeirinhos. No lavradio havia vinhas quase até à praia. No Alto-Seixalinho searas e pomares. Nas praias do Barreiro bancos de ostras.
Hoje há fábricas abandonadas, prédios com casas à venda e cascas de marisco nas praias.
O desenvolvimento que o Alfredo da Silva pretensamente deu ao Barreiro, foi um desenvolvimento baseado no crescimento da sua própria carteira.
100 anos depois do Alfredo da Silva e da CUF terem destruído o Barreiro, os únicos beneficiados foram os netos do Alfredo da Silva, os do grupo Mello, que são detentores de uma das maiores fortunas deste país.
Uma dessas fortunas construídas à conta do trabalho, da saúde das populações e do equilíbrio ambiental deste planeta que é de todos.
Quando se fala em assinalar (alguns defendem mesmo o termo comemoração) dos 100 anos de CUF no Barreiro, eu pergunto assinalar o quê?
Acho que o que devemos comemorar são as coisas que conseguimos construir apesar do Alfredo da Silva...
A CUF no Barreiro, fez-se império à custa da inexistência de direitos sindicais, à custa da violação ecológica e à custa do proteccionismo económico que a ditadura salazarista fez aos interesses do Alfredo da Silva. Nenhum destes infâmias podem ser comemoradas. As injustiças devem sim, ser lembradas para que não voltem a acontecer.
Digna e merecedora de comemoração, é esta vitória do povo do Lavradio sobre a AP (mais um tumor deixado pelo Alfredo da Silva) que sofreu esta sanção imposta directamente pelo esforço da população. Isto sim é desenvolvimento, são os direitos colectivos a pervalecerem sobre os interesse do lucro.
Pelo direito a respirar.


Interessante também é analisar as pequenas contradições da politica local:


O senhor delegado de saúdo do Barreiro, o Dr. Mário Durval, dirigente do Bloco de Esquerda, diz que se calhar não era preciso fechar a fábrica, segundo a sua opinião, é só uma questão de vento... quando se fez a medição estava um vento tramado que empurrou o amoníaco para dentro dos pulmões da malta...
A mim parece-me que há aqui alguma confusão: ou o Dr. Durval se assume de esquerda, mesmo da “bloqueada” e se posiciona inequivocamente ao lado das populações, ou assume o carácter social democrata do bloco a que pertence e passa definitivamente para o lado dos acionistas das fábricas...

Surpreendente foi a posição do PSD na pessoa do vereador Bruno Vitorino, um social democrata e liberal, vereador do ambiente da Câmara do Barreiro. Aparentemente o Vereador Bruno Vitorino ficou meio engasgado com os bafos do amoníaco e veio dizer que se tem de pensar nos trabalhadores antes de se pretender encerrar a fábrica...
Só vejo uma explicação possível: o Vereador Vitorino, produto da convivência com os eleitos da CDU ganhou por osmose preocupações de esquerda e tendo em conta a fidelidade que o seu partido deve ao patronato tentou bater com o martelo dos comunistas simultaneamente no cravo e na ferradura...


Fiquei à espera das declarações do PS local... Esperei em vão porque não saiu nada...
E não é porque os socialistas esteja afónicos nem por andarem em sessões espiritas a tentar comunicar com os fantasmas dos asteriscos...
Tendo o PS local uma tão proxima relação com a direcção da Quimiparque, e tendo sido o seu o ministério do ambiente que fechou a fábrica... ficou o PS do Barreiro assim como que dividido entre a obediência aos seus verdadeiros patrões, o grupo Mello, e a subserviencia ao Largo do Rato que distribiu os tachos.


Resta agora assistir a como vai o ministério do ambiente gerir a situação.
A fábrica pode e deve continuar a trabalhar. Pode e deve reabrir gastando mais um bocadinho em tecnologia de limpeza e melhorando a sua competência enquanto factor de desenvolvimento social, servindo a sociedade com respeito pelas populações e pelo ambiente onde está inserida. Fábricas assim é que valem a pena ser comemoradas. Não as outras.
Está pois de parabéns o povo do Lavradio.
Boa Adolfo!!!

9 Bocas:

At 3:28 da tarde Blogger joao figueiredo said...

... e o homem chama-se Lopo, Adolfo Lopo.

 
At 3:42 da tarde Blogger Helder Miguel Menor said...

é pá, tens razão João. Adolfo Lopo. Lobo é o presidente da Moita.

 
At 6:11 da tarde Anonymous Anónimo said...

...por ti ,ainda agora andavamos a cavar batatas,e a vindimar,coisa q só tem de bom ,a bebedeira a seguir ao lavar dos cestos,a andar de burro,burro,a apnhar ostrinhas para melhor nos reproduzirmos,mais tesão,não tens,sem cheta ,céu azul,banhinho na beach,beach dos tesos,dos tesos,calças com remendos ,sapatos cravejados de tachas,não usa ,não gasta,eramos todos felizes para sempre.Idade do paralelo,nas ruas do BRR,saudosos tempos,para ti...

 
At 6:49 da tarde Blogger Helder Miguel Menor said...

Anónimo, se não tens nada de inteligente a dizer, faz um favor a todos e deixa-te estar caladinho.

 
At 9:52 da manhã Anonymous Anónimo said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 5:50 da tarde Anonymous Anónimo said...

o jeitoso que de forma patetica aqui deixou os seus ignorantes parabens ao LAVRADIO é pelas razões que todos nós conhecemos um pedinte comunista em vias de extinção. Não é em PORTUGAL que ele devia morar , mas sim num daqueles paises que ele tanto apoiou e que se tivesse olhos na cara estaria algures lavado em lagrimas ,redimindo-se assim do grande ALARVE que segundo tudo indica sempre foi e parece apesar de tudo continuar a ser.
Fala a estupidez e chama AMONIACO a DIOXIDO de ENXOFRE e como se não basta-se dá elogios a palermas ou rafeiros comunistas para quem já foi anunciado a raridade da especie tal como a sua previsivel extinção.
Muitas mais BACURADAS este artista deixou no BLOGGE evidenciando com clareza as suas caractristicas mentais e fisicas assemelhando-se em tudo a uma especie que se julgava extinta e que para meu espanto ainda existem alguns exemplares; falo do BURROSAPIENS ERECTO .
Para terminar recomendo-te como forma de compensar o teu baixo nivel , que chores desalmadamente durante quinze dias e que prestes trabalho comunitário no canil do BARREIRO lavando e aparando as unhas a todos os seus ocupantes.
Apesar de tudo até TU tens direito a viver para nos lembrares o tão triste que é termos um QI abaixo de 20.
Dirijo um grande abraço a todo o FORUM excepto a rste cliente pois não falo a sua lingua .

 
At 11:24 da manhã Blogger Helder Miguel Menor said...

Caro anónimo, a sua imensa clarividência, capacidade de análise e ponderação deixaram-me completamente esmagado.
Lamento à minha infinita ignorância, é um facto que não contesto. Tento à força de ler comentários seus nos blogues adquirir alguma instrução, mas não tenho tido essa capacidade... É que uma vez que assina como anónimo fico sem saber quem é este meu professor.
Outra falta grave da minha parte: as nomenclaturas!!! Em relação ao nome que o senhor dá ao amoníaco, vai ter de continuar a perdoar a minha imensa ignorância. Mas é que sabe, o abaixo assinado dos mais de dois mil e quinhentos estúpidos que reclamaram com a fábrica de amoníacos, queixava-se do cheiro de amoníaco... Cambada de ignorantes, deviam ter procurado esclarecimento junto de si....Claro que o que aqui assistimos é mais um exemplo das lavagens aos cérebros que os comunistas fazem às pessoas. Fica aqui a verdade: o cheiro que é expelido pela fábrica de amoníaco e que a todos cheira a amoníaco, não é amoníaco mas sim Dióxido de Enxofre. Felizmente que para a humanidade que há um anónimo inteligente entre nós que nos esclarece.
Estamos pois esclarecidos. Usando uma metáfora baixinha para os burros como eu poderem perceber podemos dizer que; se quando o senhor falar cheirar a merda, não vamos dizer que o senhor anónimo tem hálito de peido, o que vamos dizer é que o senhor sofre é halitose.
Em relação ao trabalho comunitário já comecei.
Obrigado pela gentileza da sugestão.
Até aproveito para justificar o atraso na minha resposta. É que tive de ir buscar a sua mãe ao bordel onde trabalha antes de vir aviar os rafeiros aqui ao canil. Ora tal actividade atrasou completamente o meu dia, uma vez que fiquei retido pelas suas irmãs e pela sua mulher que também gostam de trabalhar com os animais mas que ficam sistematicamente com as costas arranhadas. Foi só aqui que compreendi com o meu cérebro de baixa performance, a sua preocupação e sugestão de cortar as unhas aos cães, coitado, também deve andar com as costas todas em ferida...
Queria ainda dizer-lhe que apesar das minhas preocupações altruístas, não faço nenhuma questão de lhe lembrar quanto é a pontuação do seu QI.
Compreendo a sua confusão crónica em relação ao mundo, mas gostava só de lhe fazer dois últimos pequenos reparos: isto não é um fórum mas sim um blog, e de abraços e rasteiros ataques de anónimos está o mundo farto.
Se quiser continuar a conversar comigo, por favor procure no Altoseixalinho pelo Sostrova que terei todo o gosto em dialogar consigo e assim aprender algumas verdades por revelar.

 
At 10:59 da tarde Anonymous Anónimo said...

Antes de mais deixo claro que nada tive a ver com os comentários anteriores, serei por tanto, um anónimo de outra espécie. Na minha primeira visita a este sitío aproveito também para saudar a iniciativa e o grupo de administradores que compõem o núcleo camarro. Como disse sou novato neste blog mas reparo no fulgor da sua prosa e aprecio a pujança que nela impõe, no entanto, não concordo com a sua posição neste tema. Justifico (com a informação que tenho de momento): a fábrica em questão é um dos pilares do parque industrial em que está inserida, servindo de suporte às suas congeneres vizinhas; não acredito que o problema da poluição no Barreiro se resolva com a suspensão dos trabalhos industriais, mas sim, com o investimento e modernização desse sector que ainda hoje define a cidade em que vivemos; a educação e sensibilização da população para este problema deve ser prioritária, porque em cada trabalhador que é dispensado no meio destas lutas políticas vive um pai de família que se vê incapaz de a sustentar; tal formação e sensibilização ajudará à manutenção da força laboral na cidade e evita o exôdo para localidades vizinhas. Este é, assim, um assunto complexo que é usado como forma de manipulação dos cidadãos em jogos políticos mesquinhos, pelo que a minha opinião vale tanto como a sua e a de cada um. Cabe assim a todos dignificar e lutar pelo lugar onde vivemos, num esforço diário que não se conquista com peitos inchados com a poeira que é atirada para olhos. A leitura atenta ao seu texto evidencia erros formais, que por sua vez sugerem falhas na informação que serviu de base a tanta moral. Peço-lhe que reveja o assunto e continue bom trabalho na manutenção deste espaço. Obrigado

 
At 9:53 da manhã Blogger Helder Miguel Menor said...

Caro Anónimo,
Admito que possa ter erros a minha análise. Não sou dono da verdade e ainda ando a aprender.
Em relação às questões que levanta, concordo que as respostas não são a preto e branco e que existem muitas cambiantes de cinzento. Não acho que sejam imcompativeis a preservação do ambiente e o desenvolvimento. Tambem sei que não há soluções instantaneas para o problema do desenvolvimento versus equilibrio ambiental. Acho sobretudo que as questões devem ser discutidas com os parceiros sociais e que as populações têm de facto uma palavra a dizer.

 

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