7/04/2007

Sobre a proíbição da TAAG no espaço europeu



Em 1887, o médico escocês J. B Dunlop, tirou do cu com um gancho a ideia de equipar a bicicleta do puto com um pequeno tubo insuflável de borracha. Bem sacada a invenção.
A patente do pneu foi registada em 1888. Nos anos seguintes a procura da borracha disparou exponencialmente.
As economias europeias andaram sobre rodas e acelararam ainda mais a industrialização do deste velho continente.
O rei da Bélgica, Leopoldo II, emitiu um decreto em 1891, em que concedia aos seus representantes no Congo o monopólio do comercio da borracha. Pelo mesmo decreto, os habitantes do Congo, eram obrigados a fornecer borracha e mão de obra. Na pratica este decreto, tornava lei o roubo da borracha e a exploração do trabalho escravo de todos os congoleses.
Aos representantes de Leopoldo II, bastava requisitarem mão-de-obra e borracha ao “indígenas”. Sem pagamento. Aqueles que recusavam esta infâmia, a acção civilizadora da potencia europeia tratava de incendiar as aldeias, assassinar os filhos e cortar as mãos ao mais velhos.
Estes metodo de desenvolvimento económico resultou em enormes lucros para a Bélgica. Foi com estes lucros que se construiram alguns dos monumentos mais marcantes de Bruxelas: as Arcades du Cinquantenaire, o Palais de Laeken ou o Chateu d'Ardennes. Poucas pessoas hoje em dia recordam quantas mãos amputadas custaram estes monumentos.

A borracha marca o inicio do ciclo colonialista.
Determinante tambem para o desenvolvimento do colonialismo foi a invenção do navio a vapor.
As potencias europeias, a bordo dos seus navios ditaram no mundo uma politica por esmagamento, muito parecido ao que o Atila tinha feito mil anos antes em de cima do seu cavalo. No entanto, até ao inicio do seculo XIX a maioria das cidades estava ainda fora do alcance da artilharia naval.
Foi a partir de 1850 que os navios a vapor começaram a subir os rios da Asia e de Africa. Assim se inaugurou uma nova época na história do imperialismo. Através dos seus navios armados de canhões, as potencias europeias passaram controlar pela força das suas armas, áreas imensas.
A canhoeira tornou-se um simbolo de imperialismo nos principais rios africanos. No Nilo, no Niger, no Congo ou no Zambeze, o navio a vapor empurrou a civilização do canhão Africa a dentro.

A este roubo continuado de recursos naturais através da força das armas, os historiados chamam colonialismo.
O Colonialismo foi na historia da humanidade um dos fenómenos mais perversos até hoje documentado.
A partir da segunda guerra mundial a coisa foi mudando. Não só porque se modificaram os modelos de produção, mas tambem porque os povos africanos assim o quiseram. A partir dos anos 50, através de um enorme esforço, Africa foi conseguindo emancipar-se do colonialismo.
A velha Europa, nunca viu com bons olhos esta Africa que resolveu lutar pelos seus interesses.

Angola, que neste momento é uma potencia em termos económicos e estratégico no contexto africano, é para os neo-liberais europeus um motivo de indigestão.
É um motivo de indigestão, sobretudo porque é um país construído com muita vontade própria e não deve favores às potencias europeias.
Os senhores banqueiros europeus, não gostam de Angola, porque contra os interesses dos joalheiros belgas, holandeses e ingleses que continuaram a comprar diamantes em saldo à Unita para financiarem a guerra, esta Angola de paz, exige o preço justo pelas gemas que são própriedade do seu povo.
Angola é uma pedra no sapato de uma certa visão europeísta, porque, entre outras coisas, prefere fazer trocas comerciais com os chineses e rejeita a “mão amiga” que uma Europa interesseira lhe estende.
Angola é mal vista pelo do imperialismo inglês, porque assume a sua amizade com o povo do Zimbábue e com o seu líder Robert Mugabe, que a Inglaterra tem como um inimigo dos seus interesses na Africa austral.

Por todas estas razões, esta Europa monumental construída com os lucros de uma perversão histórica, decide após uma cimeira Euro Africana, atacar a mobilidade do povo angolano, atacando a TAAG. A união europeia, por decreto proibiu a Transportadora Aérea Angolana de voar dentro do espaço europeu.
Uma opção claramente politica com contornos de vingança contra uma Angola que emerge com o seu próprio esforço de desenvolvimento.

Angola não é um país perfeito.
Angola ainda não tem um industria capaz de produzir os aviões que precisa. A TAG voa sobretudo com aviões Boeing 737 que são o mais popular avião comercial de passageiros de fuselagem estreita para médio-alcance no mundo. Exactamente os mesmos aviões com que o Quenia ou a Tanzania voam para Londres, Frankfurt ou Oslo.
Angola, ao contrário do Quenia, não tem acordos em que são companhias inglesas a fazer a manutenção. A manutenção dos aviões da TAAG é feita por angolanos.
Angola, não sendo um paraíso na terra, é um país produto do esforço do seu povo. Os angolanos, têm um enorme e justificado orgulho no seu país, construído contra os poderosos interesses das potências estrangeiras que com cobiça afiaram e afiam os dentes para as riquezas angolanas.
Se a Europa não quer aviões da TAAG nos aeroportos europeus, Angola, tem a legitimidade de não querer aviões europeus nos aeroportos angolanos.

Lamentável é a posição de Portugal. No meio deste feio enredo, o ministro Luís Amado, perdeu uma oportunidade de afirmar Portugal na Europa como um país de vontade própria, valorizando esse património comum que é lusofonia, assumindo a diplomacia portuguesa como um interlucutor previlegiado com Africa, protegendo e reforçando assim as relações de amizade entre os povos angolano e português. Para que tudo isto fosse verdade, bastava o governo português dizer: a TAAG pode continuar a voar para Portugal.
Em vez de cumprir o seu dever enquanto membro da CPLP (Comunidade de Povos de Língua Portuguesea) esta diplomacia que nos calhou, baixou a cabeça envergonhada e calou-se perante uma injustiça que prejudica claramente as relações entre os povos da lusofonia. Na realidade, a diplomacia portugesa continua hoje a fazer o que sempre fez: abanda o rabo, lambe as mãos aos ingleses e espera que lhe atirem os restos do jantar.

3 Bocas:

At 3:09 da tarde Anonymous Anónimo said...

yo mano!... todos uns cagarolas estes pólitikos tugas, à espera de ordens de Broxelas.Sem iniciativa, com medo disto e daquilo, de mão estendida pra safar a vida.

 
At 3:43 da tarde Anonymous Anónimo said...

até foram os ingleses que mandaram o avião da TAAG abaixo só pra foderem os pretos!!!

 
At 11:49 da tarde Anonymous Anónimo said...

Caro Bloguista

Então a Europa tem medo de Angola?
Muito bem...
Angola construida pelo seu povo????
Sim senhor....não saberá bem do que fala.....

Roubo??? Claro...quem rouba os angolanos? Qual a percentagem oficial (Sim oficial porque é de lei aprovada pelo parlamento angolano) em USD que entra na conta do Presidente da república Angolana por cada milhão de galão de petróleo vendido? Não sabia??? Pois é.....construção pelo povo.....

Ainda mais...corrupção....cheguei a Angola com todos os documentos válidos...com o depósito de 250USD exigidos em Lisboa....e ainda tive de dar 25USD (porque não tinha mais) ao chefe da polícia para me deixar entrar...

Quanto aos amigos chineses é só abrir os olhinhos e ver o que pretendem....Amigos?...pois é ...fazem-lhes as obras muito mais baratas de que os Tugas mas com mão de obra chinesa (sim porque mão de obra angolana eles não aceitam..os tais amigos). E essa mão de obra chinesa é escravatura...são presos na china e são utilizados em obras no estrangeiro...estive 3 horas no aeroporto por causa de um avião completamente branco onde esses "trabalhadores" ...desculpem, ESCRAVOS, estavam a entrar...Ah...o avião tinha matricula da china.

Sim senhor...estou de acordo que se proiba a entrada de aviões de companhias que não apresentem a segurança exigida.....seja ela Angolana, Portuguesa, Moçambicana, Francesa....ou Chinesa. Não tem não entra...

Mais...o senhor tentou deturpar tudo...a TAAG tem tudo para demonstrar que consegue ter a segurança exigida...a LAM (Linhas Aéres de Moçambique) também estiveram proibidas de voar em espaço francês...provaram que têm tudo resolvido e já voam....É assim meu amigo....provem que são capazes.....

Para terminar quero já dizer que nada tenho contra angolanos, moçambicanos ou outro qualquer nacionalidade.....Nas minhas veias corre sangue africano e com todo o ORGULHO do mundo.....Sou de raça branca se quer saber mas áfrica é tanto minha como daqueles que lá nasceram e são de outras raças... É mais minha do que aqueles peseudo africanos que nasceram na amadora, el lisboa ou noutro local e reclamam af´rica apenas porque são de raça negra......não África também é minha e não admito que se continue a falar do sec 19 para desculpar erros.....os africanos não precisam disso pois se continuarem a fazê-lo perdem a sua credibilidade e não conseguem evoluir...

Um bem haja e um abraço africano

ACC

 

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