todo o cuidado é pouco

Nestes dias de mais ou menos férias, o meu amigo Xixarro, recambiou os putos para o Algarve. Foram passar uns dias com os avós, que estando reformados optam por ficar a maior parte do tempo num clima mais generoso. Os putos mudam de ares. Os avós curtem os netos. O Xixarro e a sua mulher ficam um pouco mais libertos para descansar e viver o dia-a-dia sem a pressão de duas crianças.
Três anos o rapaz, quase dois a rapariga.
Tudo bem.
Tudo normal.
Acontece que as crianças, que como todas as crianças são potenciais terroristas domésticos, decidiram dar umas férias diferentes aos avós.

(Devia haver uma lei que nos protegesse contra a capacidade que os putos têm de fazer merda!!!)

No sossego do Algarve invernal, o inesperado aconteceu.
O rapazito, arrastou um banco, subiu para cima da mesa e chegou ao armário dos comprimidos. O avô, que é medicado para a hipertensão, todos os dias toma uma daquelas bolinhas. Se o avó toma, também o neto quis tomar. Com o frasco na mão, desceu do banco e da mesa. Porque em grupo as coisas têm mais piada do que sozinhos, foi buscar a irmã. Com a capacidade de mobilização com que o terrorismo moderno assuta as polícias, seguiram juntos para dentro de um armário, e aí acoitados decidiram agir. Aberto o frasco, foi só enfardar os comprimidos.
Tempo de execução: menos do que aquele que eu demorei a contar.

Felizmente, não aconteceu nada de (muito) grave.
Os avós assim que deram pela coisa, e não demorou dois minutos, provocaram o vomito. Logo a seguir foram para o hospital.
Foram umas mini-férias diferentes. As simpáticas criancinhas, ficaram internadas no hospital do barlavento algarvio onde foram sujeitas a uma lavagem ao estômago.
Parece que o hospital até funciona bem.
Os terroristas em botão, já estão em casa completamente recuperados.
Em recuperação está o avô, que sendo hipertenso, ia morrendo do coração.