Os "tomates" das mulheres do Couço
Até 1962, a repressão fascista em Portugal, submeteu à tortura sobretudo homens.
A partir de 1962, a PIDE passou a torturar sistematicamente todos os presos fossem homens ou mulheres.
Em Abril, há precisamente 45 anos, confrontados com a firmeza na luta das camponesas da aldeia do Couço, e incapazes de estrairem qualquer tipo de informações a estas mulheres, os PIDEs inaugoraram um novo patamar na tortura em Portugal.
Que os nomes dessas mulheres sejam lembrados, porque para "ter tomates" não é preciso ter nascido homem.
Maria Galveias operária agrícola do Couço, raptada pela PIDE em Abril de1962, 11dias de tortura do sono ininterruptos, com estátua e espancamentos.
Madalena Henriques, (na fotografia) operária agrícota do Couço, raptada pela PIDE em Abril de 1962, sessenta e seis horas de pé sem dormir, espancamentos vários que culminaram com lesões permanentes na face.
Maria da Conceição Figueiredo, raptada pela PIDE em Abril de1962, operaria agrícola do Couço e militante do PCP. Espancada e sujeira a quinhentas e sessenta horas de tortura do sono.
Custódia Chibante, operária agrícola do Couço, raptada pela PIDE em Abril de1962. Espancada consecutivamente com bastões durante duas semanas antes de ser internada no hospital de Caxias incapaz de andar e de comer
Olímpia Brás, operária agrícola do Couço e militante do PCP, raptada pela PIDE em Abril de1962. Espancada durante uma semana por vinte agentes, submetida à tortura da estátua, à tortura do sono e humilhação sexual (obrigada a despir-se e espancada nos seios com cassetete.)
Na Galeria Municipal do Barreiro está patente uma exposição de fotografias sobre a Reforma Agrária no Couço. Vale a a pena passar por lá, mais que não seja para olhar os rostos dos homens e mulheres do Couço.
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