A causa reencontrada

Parece-me que, à parte das pequenas nuances, a posição política deste blog se começa a definir... apenas não sei se reflecte alguma tendência mais geral e se sim quais serão as consequências.
Não sei se representamos, voluntária ou involuntariamente alguma população, estrato socio-cultural, ou geográfico digno de representatividade estatística. Mas este estado de desilusão, em que me incluo, este sentimento de causa perdida, parece-me generalizada. Passámos pela ascenção e queda do Santana com um sentimento de tristeza e desilusão, que neste momento parecem irreparáveis. O Lopes ainda lá está, continua a fazer e dizer o que lhe passa pela cabeça, e as alternativas, se é que assim lhe podemos chamar, são tão patéticas quanto a realidade presente.
Neste momento, eu, que sou descendente de inflamados republicanos e entusiastas revolucionários, sinto-me tentado a defender a causa de Bragança. Tem duas evidentes vantagens: sem prejuízo da qualidade, permite diminuir as despesas do orçamento de estado, reduzindo a rotatividade dos tachos que alimentam a criação de cargos como "chefe do gabinete de apoio ao gabinete do arco da velha para os assuntos pendentes", substanciados pela renovação das frotas de limusinas e mobiliários governamentais. E, vantagem das vantagens, é honesto. Não é justo e não será democrático, mas é honesto. Honesto porque não decepciona. Nivela-se a coisa chamando os nomes aos bois e acabando-se com a hipocrisia. E isto é tanto verdade porque o nosso candidato a rei é de facto uma figura digna de um qualquer circo de provincia. E assim sendo está de facto à altura de assumir sem desiludir. Ninguém espera nada de muito sério nem muito diferente. Apenas um tudo nada ridiculo, mas de uma honestidade que não se prevê possivel no actual rumo das coisas.
A meu ver é ele ou Manuel João Vieira, mas dúvido que este esteja para se dar ao trabalho.