5/26/2006

Adivinha IV


Agora é a minha vez.
De fidalga da Beira a rainha.
Dee inúmeros amores nem seu marido, o rei, foi o último.
Casou sua filha com o rei de Castela, inimigo da corte Portuguesa.
Quem era esta mulher odiada por todos, menos por seu marido que a idolatrava e pelo famoso Conde, que por ela e após a morte do rei comandava o país até ser morto pelos fidalgos portugueses?

Adivinha III

(creio que acertei a anterior, pelo que faço a próxima e sugiro que assim continue)

Filha bastarda de pai impotente que não dava uma para a cova, para uns beltrana para outros excelente, por duas vezes foi herdeira de duas coroas, mas com nenhuma ficou, nem por herança nem por casamento voluntário ou forçado, que por bula papal viria a ser feito e desfeito.
Tudo isto antes que fizesse 18 anos, idade em que fugida a Castela foi forçada a ingressar no Convento de Santa Clara de Santarém.
Foi a primeira Sua Excelência por infanta ser ofensivo para a própria e Rainha ofensivo para com o reino vizinho.

5/25/2006

SNS - Serviço Nacional de Saúde


Por razoes de apoio à família ontem passei algumas horas no serviço de neurocirurgia do Hospital de São José.
Na mesma situação encontrei uma senhora inglesa na casa dos sessenta. Veio de férias com o marido para o Algarve. Vivem em Londres, estão reformados e vieram jogar golf. Acontece que o inglês caiu porque perdeu o equilibro, foram ao hospital de Albufeira, chegou-se à conclusão que o senhor tinha um coagulo de sangue dentro da cabeça. Foi preciso trazer o homem de urgência para São José para fazerem uma cirurgia de drenagem. O marido da senhora inglesa entava na sala de operações enquanto nós conversávamos.
Num pais estrangeiro, sem falar a língua, e com o seu companheiro internado, claro que a inglesa estava muito abalada. Porque num passado remoto, passei por uma situação parecida, tentei dar todo o apoio possível à senhora. E o apoio possível nestes casos é falar, conversar e dizer que vai correr tudo bem.
A inglesa na sua preocupação foi-me explicando que tinham seguro de viagem e que ela, assim e soube que o marido iria ficar internado, ligou para a embaixada para que a aconselhassem qual a melhor clínica privada. Na embaixada disseram-lhe que aqui em Portugal, apesar do aparente caos nos hospitais públicos, em situações delicadas são sempre preferíveis aos hospitais privados. Segundo a embaixada inglesa em Lisboa, nos hospitais públicos em Portugal estão os melhores médicos e é onde está o melhor equipamento, por isso aconselharam a deixar ficar o doente em São José.
Na nossa conversa a inglesa contou-me que em Inglaterra o sistema de saúde é semi-privado e que os hospitais públicos são o pior sitio onde um doente pode cair.
Em 1998 vi numa praça periférica de Havana uma estátua do Eça de Queirós onde estava escrito ?escritor e anti-esclavagista?. Quando vi a estatua senti orgulho de ter nascido no mesmo país que o Eça. Ontem quando a Inglesa elogiou o serviço público de saúde gratuito e para todos senti o mesmo orgulho amargo de ter nascido aqui.
Vale a pena ser de esquerda para defender valores como o serviço nacional de Saúde e o Hospital de São José. Apesar de todo o caos e degradação, do freak show das urgências e das paredes a ameaçar ruína, apesar de todos os males a coisa vai funcionando. E para todos. Ao contrário do que em Inglaterra.
A cirurgia do cavaleiro inglês foi um sucesso na opinião do médico.

5/23/2006

73%

Só porque trabalho numa agência de comunicação me obriguei a ficar sentado a olhar para o caixote luminoso. Prós e Contras. Um programa de informação apresentado por mais uma gaja que se diz jornalista.
O tema do programa desta vez devia abordar as agências de comunicação, versus políticos versus jornalistas. Triologia de poder dinheiro e força.
A base da discussão é o livro que a Dom Quixote editou escrito pelo professor Manuel Maria Carrilho chamado Sob o signo da verdade. O livro que tive oportunidade de folhear (obrigado RM) é um texto que conta como se perdem eleições porque se apostou no cavalo errado, ou melhor na agência de comunicação errada. Fala dos lobies e das pressões a que a comunicação social vai cedendo pressionada pelas agencias de comunicação.
Assim, e por razões profissionais fiquei a ver a RTP 1.
Convidados, alem do Carrilho, eram o Pacheco Pereira, o Emídio Rangel e o Ricardo Costa.
Quatro Magníficos prometiam um bom programa.
Um debate diversificado:
Um professor catedrático que ficou famoso porque se casou com uma apresentadora de televisão que sendo podre de boa gostaria de ser inteligente. O gajo é professor de filosofia, dos melhores do país, vaidoso e com fama de ter desempenhado bem o cargo de ministro da cultura. Presença assídua na imprensa dita cor-de-rosa.
Um intelectual conservador, ex-maoista, funcionário do PSD, pau-para-toda-a-obra na comunicação social, historiador apócrifo do PC e admirador secreto do Álvaro Cunhal. Homem de regime que nunca exerceu cargos públicos mas que é um dos mais férteis comentadores aqui na praça.
Um jornalista do Lubango, histórico da rádio, dos bons, que numa altura decidiu enriquecer e inventou a televisão de informação em Portugal. Quando quis bateu com a porta e foi fazer o programa da manhã na RTP Africa por puro gozo. O jornalista que dizia que fazia o próximo presidente da república se lhe dessem orçamento para isso. E o mais grave é que é a mais completa verdade.
Mais um jornalista. Este vem de Loures. Como profissional é dos piores: maus, medíocre e fraco. Porque o irmão caga sentenças no PS lá lhe arranjaram um tachito na SIC. Quando o Balsemão começou a cortar nos salários e os bons se piraram a SIC ficou só com o refugo. Um tipo que é irmão do ministro até vai dando jeito. E assim foi: meteram o gajo como director de informação.
Uma equipe de peso. De certeza com muita roupa suja para lavar.
Esperei para ver reveladas as verdades.
Queria ver sangue. Queria ver os tipos da agências a dizer que andam a levar os jornalistas pras putas e a oferecer viagens às amantes dos chefes de redacção para terem primeiras páginas.
Queria coisas do género. Cenas com glamour. Histórias verídicas das que metem champanhe e coca e putas eslovenas.
Lamentavelmente a montanha pariu um rato.
Mas um rato grandinho.
Uma ratazana.
Do diz que disse, do é verdade e é mentira, do faço, não faço, digo não digo. São assessores, são avençados. São bons jornalistas ou são mercenários. Depois de todo um debate sem conteúdos e de desinformação, às tantas saiu um numero.
Um numero revelador.
73
73%.
Setenta e três por cento. (Por extenso tem outro impacto!!!)
Setenta e três por cento das notícias que são divulgadas pelos órgãos de informação hoje chegam às redacções através de agências de comunicação, através de assessores e através de gabinetes de imprensa.
Quer dizer que do total das notícias de um jornal ou de um telejornal, só devemos esperar ter 27% de trabalho de jornalism. O resto, 73%, é cunha, lobie, bucha ou suborno.
73% Daquilo que é difundido como noticia na realidade é gato por lebre.
Que andam a enganar a malta, já todos sabíamos, agora tão descaradamente. Até eu fiquei chocado!!!!
Aqui há uns tempos em conversa com um bom amigo jornalista, entre imperiais e cascas de tremoços o tipo dizia-me:
-- Sostrova, se em Portugal os engenheiros civis fossem tão bons como os jornalistas, todos os dias caía uma ponte!!!!
Pensei que fosse exagero, maus fígados de cerveja ou má vontade contra os colegas.
Afinal o meu amigo tinha razão.
Imaginem os produtores de vinho começarem a vender garrafas onde a percentagem de vinho fossem só uns míseros 27% e o resto fossem merdas de proveniencias várias
Pois é assim que estamos, andam a envenenar-nos.
Cáfila.

5/22/2006

Dominguito!

Finalmente voltei às minhas lides bloguistas, das quais tenho andado muito desaparecida, por falta de pc e por falta de vontade. Mas este domingo, rodeada de amigos e familia (faltando alguns, mas que hão-de compensar outras alturas), lá tive novamente vontade de postar e mostrar o casalito novo que nos acompanha.
Simpáticos, super divertidos e com uma filhota emprestada que ali ficou muito bem.
Vejam por vocês!

5/19/2006

Assassinos entre nós


EU ACREDITO QUE HÁ DIFERENÇAS ENTRE SOLDADOS E ASSASSINOS.

Nos treze anos de que duraram a guerra colonial muitos foram os massacres perpetrados pelas forças armadas portuguesas nas ex-colónias.
Falo em massacres porque houve execuções colectivas de civis.
Não venho falar-vos de torturas nem de crimes contra a humanidade. Hoje falo-vos exclusivamente de massacres.
Pensei em dar-vos a lista completa. Mas a lista completa é demasiado extensa.

Tomei exclusivamente o ano de 1961 e escolhi Angola como exemplo.
Acho que serve bem para mostrar a barbárie.

Janeiro -- Baixa do Cassange, 85 homens, mulheres e crianças forma assassinados a fogo de metralhadora quando se manifestavam pela libertação do Agostinho Neto. Nunca ninguém procurou responsabilizar a cadeia de comando que deu a ordem de abrir fogo nem o comandante operacional. Provavelmente ainda estarão vivos e se calhar até são pensionistas da nossa democracia.

Fevereiro -- Assalto aos bairros do Prenda, do Marçal e do Sambizanga onde mais de 3000 prisões das quais resultaram cerca de 50 desaparecidos. A Policia de segurança pública de Luanda cercou os musseques e avançou fazendo prisões. Nunca ninguém procurou responsabilizar a cadeia de comando da PSP nem o responsável por tais desaparecimentos. Que provavelmente estará vivo e a receber uma pensão da nossa democracia.

Abril de 1961 -- bombardeamento com napalm da população de Mucaba com morte pelas chamas de todos os habitantes (cerca de 70)
(este crime contra a humanidade marca o inicio da utilização do napalm na guerra colonial). Quem tomou a decisão de bombardear uma aldeia perdida na floresta com Napal? Quem deu a ordem de impedir de sair todos os seus habitantes e obrigou mulheres e crianças a morrerem queimados? ? Não se sabe mas tenho a desconfiança que o responsável por tais actos deve estar bem na vida com uma pensãozinha generosa paga mensalmente pela nossa democracia

9 Agosto Nabuangongo -- mataram todos os homens, e as mulheres sofreram violações sistemáticas e ficaram presas, com as crianças, no campo de Machava.
Quem deu a ordem de matança. Quem violou mulheres e depois as matou usando a faca de mato? Quem era o responsável de comando? Quem era o comandante operacional no terreno? Provavelmente ilustres desconhecidos que hoje se passeiam impunes entre nós.

Setembro -- Massacre da população de Tomboco por uma força da Marinha --assassinados todos os homens mulheres e crianças.
A marinha depois do 25 de Abril tentou proceder a uma lista de massacre e iniciar um processo de julgamento de criminosos de guerra. A ideia acabou quando o General Ramalho Eanes, tomos o poder no 25 de Novembro


Em Junho de 1961 o Conselho de Segurança do ONU de uma resolução deplorando profundamente os massacres e demais medidas de repressão da população angolana.

A partir daqui os massacres passaram ser ocultados.

Felizmente para a memória das vítimas alguns massacres foram divulgados e ainda é possível julgar os assassinos.

PARA DIGIFICAR A MEMORIA E O CARACTER DOS SOLDADOS HÁ QUE JULGAR OS ASSASSINOS!!!!
PORQUE NEM TODOS FORAM IGUAIS.


A propósito deste tema fica o depoimentos de Armindo Soares Pinto, historiador e ex-fuzileiro capitão-de-fragata nos cenários da Guiné, de Moçambique e de Angola.
(...)Os crimes na guerra colonial portuguesa - para além do crime primordial decorrente da própria ilegitimidade da guerra e da sua ilegalidade á face da ONU - foram muitos. Crimes de deportação, esboço de crimes de genocídio, de racismo, de escravatura, de assassinato individual ou em massa. Massacres portanto. À luz das leis e regulamentos em vigor podiam e deviam ter sido punidos e desencorajados. Mas não o foram porque isso não interessava, antes pelo contrário, aos altos comandos. Estes aceitavam aquela espécie de esquizofrenia beata e sinistra. Não queriam que qualquer moralidade incómoda contribuísse para uma tomada de consciência nem para diminuição da perfomance dos militares, ainda por cima quando o Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, tinha obra feita sobre a mais vasta questão envolvente: "os indígenas são súbditos portugueses mas sem fazerem parte da Nação"; "os cruzamentos ocasionais ou familiares são fonte de perturbações graves na vida social de europeus e indígenas"; "os pretos têm de ser dirigidos e enquadrados por europeus, e olhados como elemento produtivo enquadrado ou a enquadrar numa economia dirigida por brancos". Portanto de humano só tinham a forma. Nem os navegantes de quinhentos ousaram tanto.Nas guerras coloniais a estratégia militar conta, substancialmente, com a actuação das polícias treinadas na recolha de informações através dos denunciantes pagos ou voluntários, do terror, da tortura, do assassinato exemplar, do rapto, tudo aquilo que desde a CIA, à Mossad, à Sûreté e DST, à PIDE executavam ou executam.(...)


PS - Demorei a escolher entre esta fotografia, imagem da marca do detergente que branqueia a lava a historia e um outra fotografia. Mais violenta. É a fotografia da cabeça de um homem acabada de decepar e espetada num pau. À volta da estaca homens fardados com a roupa das forças armadas portuguesas riem boçais. Apesar desta fotografia ser conhecida, nunca nenhum dos homens que seguram na cabeça foi ouvido em nenhum tribunal.
Por respeito à vitima escolhi esta imagem. É a imagem da mentira oficial do portugues que foi para a guerra fazer mulatinhos. Homem bom e cordato que até nunca fez mal a ninguem. Brandos custumes.

5/17/2006

Onde estavas tu, Otelo???



É que a parte mais dificil estava feita!!!

5/15/2006

R E S P E I T O


Tem 77 anos e canta profissionalmente desde os anos 40.
Veio ter connosco à tasca onde estávamos a jantar. Não cobrou pelo seu trabalho. Veio por amizade ao Tórelato.
Cantou durante uma hora standarts do jazz das big bands, cantou boleros, cantou rumbas, cantou fados e rocks do Paul Hanka.
Cantou em português, espanhol, francês, italiano e inglês.
Começou a cantar aos 4 anos nas ruas do Barreiro Velho. Foi corticeiro e depois ferroviário, está reformado há uma porrada de anos e não pretende deixar de cantar.
A bigband com mais de 50 instrumentos chega acondicionada em cassetes. Gravadas em casa, numeradas etiquetadas com o nome da musica. A banda soa roufenha no seu gravador da loja dos chineses, mas a voz essa sai-lhe peito sem amplificação.
Aos 77 anos não se tem paciência para os públicos mal comportados. Quando começou a cantar mandou calar a malta que acabou por ir obedecendo.
Quando acabou de cantar bebeu um exofix com duas pedras de gelo e em sussurros contou histórias de putas espanholas e festas que viveu nos anos 60quando cantava com um conjunto de fama regional.
Marcada para sempre ficará a intrepretação do Sex Bomb do Tom Jones.
Chama-se Vieira e fica aqui a singela homenagem e o agradecimento do pessoal.

5/12/2006

Ai-laites dum blainde-deite

Por ser única a voz, resta-nos recordar a letra

e o original, à falta da imitação que o supera.

5/10/2006

Mudando de assunto: deixai vir a mim as criancinhas


Na casa da D e do ZdD. Com a Ginga e o ZP. Momentos de descontração antes da gravação do video promocional do tema "Se fores à praia aluga a gaivota".


Atente-se na mensagem subtil mas no entanto bastante clara que o ZP sugere com os dedos.

5/09/2006

F...-se

Não se pode falar em piquenique aparecem logo as formigas!!!!

5/08/2006

Só para dizer:

Acabadas as pinturas e religado o computador à Ternet, quero declarar que o piquenique Altoseixo na Mata foi mesmo do best!

Obrigado pela companhia pessoal, curti bué!

Mesmo com 4 cães e três bebés a malta curtir e lagartou (não havia outra hipótese as mesas estavam ao Sol) para cacete!

5/04/2006

É POUCO MÔM É!!!!

RATAZANA FRITA À ORIENTAL

Ingredientes:

Seis ratazanas de esgoto médias
Piripiri
Alho
Espinafres
Cebola
Vinho branco
Sumo de limão
Glicomoto

Preparação

Afogar as ratazanas em água fria e na mesma panela e levar ao lume para escaldar.

Com uma faca bem afiada esfolar. Usar um esfregão de metal, arrancar a pele que fica agarrada.

Amanhar bem as ratazanas tirando as tripas, o rabo e a cabeça.

Temperar a carne já limpa e deixar repousar na vinha de alhos.

Fritar em óleo bem quente e escorrer.

Servir acompanhado de arroz chau chau.

Comer com pauzinhos.

5/02/2006

Imagens do Pic-Nic


Momentos com história: Falagrosso faz strip.
A foto foi tirada logo a seguir ao almoço, ainda não se tinha ido ao banho no charco de lama verde....